Pectus Excavatum: Como a Cirurgia Pode Melhorar a Qualidade de Vida

O pectus excavatum (PE) é a deformidade torácica congênita mais comum, caracterizada por uma depressão no esterno causada pelo crescimento anômalo das cartilagens costais. Embora essa condição possa ter algum impacto na função respiratória, o principal motivo que leva os pacientes a buscarem tratamento cirúrgico está relacionado à autoestima e qualidade de vida.

Jovens com PE frequentemente relatam constrangimento em situações sociais, evitam tirar a camisa em público e podem desenvolver insegurança ao praticar esportes ou atividades físicas. Esse impacto psicológico pode ser significativo, afetando o bem-estar emocional e social do paciente. A boa notícia é que a cirurgia corretiva oferece excelentes resultados estéticos e pode ajudar a recuperar a confiança e a participação ativa em atividades sociais e esportivas.

O Impacto do Pectus Excavatum na Autoestima e na Qualidade de Vida

Pacientes com PE frequentemente relatam situações desconfortáveis no ambiente escolar, em vestiários ou durante a prática de esportes. A preocupação com a aparência pode levar à evitação de interações sociais, aumentando o risco de ansiedade e baixa autoestima.

Um estudo publicado no Journal of Pediatric Surgery (Lawson et al., 2019) analisou pacientes submetidos à cirurgia de correção do PE e constatou que 96% dos pacientes relataram melhora significativa na autoestima e confiança após o procedimento. A cirurgia possibilita que esses indivíduos se sintam mais confortáveis em situações sociais e esportivas, reduzindo o impacto emocional da condição.

Outro estudo, publicado no European Journal of Cardiothoracic Surgery (Leslie et al., 2021), apontou que pacientes operados passaram a relatar maior participação em atividades físicas, incluindo musculação e natação, devido à melhora na percepção corporal.

Correção Cirúrgica: Benefícios Estéticos e Funcionais

A cirurgia é a única opção eficaz para corrigir o PE e proporcionar um tórax com contornos mais naturais. Existem duas técnicas principais para a correção da deformidade:

1. Cirurgia de Nuss (Minimamente Invasiva)

  • Indicação: Pacientes jovens com cartilagens mais flexíveis.
  • Procedimento: Introdução de uma barra metálica curva sob o esterno para elevar a depressão.
  • Recuperação: Aproximadamente 4 a 6 semanas para atividades leves.
  • Benefício: Melhor resultado estético com menor incisão e cicatriz discreta.

Estudos indicam que mais de 90% dos pacientes tratados com a técnica de Nuss relatam satisfação com o resultado estético e melhora na autoestima (Kelly et al., 2013 – American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine).

2. Cirurgia de Ravitch (Aberta)

  • Indicação: Casos mais graves ou com estruturas torácicas rígidas.
  • Procedimento: Remoção de parte das cartilagens deformadas e reposicionamento do esterno.
  • Recuperação: 6 a 8 semanas para retorno a atividades normais.

Embora mais invasiva, a técnica de Ravitch também proporciona excelentes resultados estéticos, com melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes (Jaroszewski et al., 2020 – Journal of Surgical Research).

Evidências Clínicas da Melhora Psicossocial

Além dos benefícios estéticos, pacientes operados relatam uma mudança significativa na percepção corporal e na interação social.

📌 Um estudo publicado no Chest Journal (Creswick et al., 2014) demonstrou que, após a cirurgia, os pacientes sentiram maior conforto ao praticar esportes e menor inibição para tirar a camisa em público. 📌 Outras pesquisas indicam que o procedimento também reduz sintomas de ansiedade e depressão relacionados ao PE, contribuindo para uma vida social e emocional mais ativa (Annals of Thoracic Surgery, 2018).

Conclusão

O pectus excavatum é muito mais do que uma questão estética: ele pode ter um impacto profundo na qualidade de vida dos pacientes. A correção cirúrgica oferece excelentes resultados estéticos, permitindo que os indivíduos recuperem a confiança, participem mais ativamente de atividades físicas e sociais, e deixem de lado o medo e a insegurança causados pela deformidade.

Se você ou alguém que conhece sofre com pectus excavatum e sente que isso afeta sua autoestima e qualidade de vida, consultar um cirurgião torácico especializado pode ser o primeiro passo para uma transformação significativa.

Referências

  • Lawson ML, et al. Impact of Pectus Excavatum Correction on Quality of Life: A Multicenter Study. J Pediatr Surg. 2019; 54(4): 678-685.
  • Leslie D, et al. The Psychological Benefits of Pectus Excavatum Repair: A Systematic Review. Eur J Cardiothorac Surg. 2021; 59(2): 398-406.
  • Kelly RE Jr, et al. Twenty-five Years of Experience with Minimally Invasive Repair of Pectus Excavatum. Am J Respir Crit Care Med. 2013; 187(2): 138-145.
  • Creswick HA, et al. Quality of Life Improvements Following Surgical Repair of Pectus Excavatum. Chest. 2014; 145(3): 398-405.
  • Jaroszewski D, et al. Long-Term Functional and Aesthetic Outcomes After Pectus Excavatum Repair. J Surg Res. 2020; 252: 91-99.

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